![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwy1QpkPghGDcMeQHhTPC9vM7t0Syc3ZvanyDsBGpBzirh3Lljy5Dah8SXdK1VPitCzUE3RSFSDnDQtFFZcrTsSHn5OPKQxwb_CliaTetuy-hLx1zMbwEYvypfFcQ7kVR8A-QqqLwevtU/s200/capa-genet.jpg)
«Nenhum rosto vivo facilmente se revela, e contudo basta um pequeno esforço para descobrir-lhe o significado. Penso – arrisco eu -, penso que o importante é isolá-lo. Só quando o meu olhar o destaca de tudo em redor, só quando o meu olhar (a minha atenção) impede esse rosto de se confundir com o resto do do mundo evadindo-se numa infinitude de significações cada vez mais vagas, exteriores a si, ou quando, pelo contrário, obtenho a necessária solidão pela qual o meu olhar o recorta do mundo, então somente o significado desse rosto – pessoa, ser ou fenómeno – afluirá, condensando-se. Quero eu dizer, o conhecimento de um rosto, a pretender-se estético, tem que refutar a história.
Para analisar um quadro são precisos maior esforço e uma complexa operação. Foi realmente o pintor – ou o escultor - quem por nós realizou essa dita operação. Assim nos é restituida a solidão do personagemou objecto representados e nós, que olhamos, para a compreendermos e sermos por ela tocados, devemos ter experiência não da continuidade, mas sim da descontinuidade do espaço.»
«Cada objecto cria o seu espaço infinito.»
«Como disse, se olho um quadro, percebo-o na sua absoluta solidão de objecto enquanto quadro. Mas isso não me preocupa. O que interessa é o que a tela deve representar. Aquilo que eu pretendo decifrar ness solidão é simultaneamente a imagem sobre a tela e o objecto real por ela representado. Terei primeiro que tentar isolar o quadro do seu significado de objecto (tela, moldura, etc.), a fim de subtraí-lo à imensa família da pintura ( mesmo que o devolva mais tarde) e a imagem sobre a tela estabelecer ligações com a minha experiência do espaço, com o meu conhecimento da solidão dos objectos, dos seres e dos acontecimentos.»
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvbBV0wkPhhHxAF-a8j3xGrWNrllqDcXCUBYz09yWnkLwjzQC_3c5STNj8TxP1l_ijv1bksjH59otMiJs89chfc-XSAU9XsEQvMYVCXE9Pcxx6BYM3yMwHwctf6_A7_cvedUcIPuu5W9c/s400/Giacometti.jpg)
«As estátuas não só cminham ao vosso encontro como se estivessem muito longe, ao fundo, num horizonte extremamente afastado, mas também, e onde quer que vos situais relativamente a elas, fazem com que ao olhá-las estejais sempre num plano inferior. Estão lá longe no horizonte, sobre uma elevação, e vós no sopé. E vêm ter convosco, sequiosas desse encontro e de vos ultrapassarem.»
No comments:
Post a Comment